- O ATP
Composto químico denominado Adenosina Trifosfato, que é armazenado nas células
musculares;
O ATP consiste em um componente de adenosina e 3 partes denominadas grupo
fosfato.
- Como o ATP é fornecido a cada célula muscular?
- Existe uma quantidade limitada de ATP em cada célula muscular;
- O ATP está sendo utilizado e regenerado constantemente.
São três processos comuns produtores de energia para a elaboração do ATP:
1) O sistema ATP-CP, ou fosfagênio;
2) A glicólise anaeróbia, ou sistema do ácido lático;
3) O sistema de oxigênio.
- Sistema ATP-CP (do fosfagênio) ou Anaeróbio Alático
A fosfocreatina é armazenada nas células musculares. Ela é semelhante ao ATP
por também possuir uma ligação de alta energia no grupo fosfato.
A quantidade de ATP disponível a partir do sistema fosfagênio equivale a uma
quantidade entre 5,7 e 6,9 kcal, não representando muita energia para ser
utilizada durante o exercício.
Ex.: As reservas de fosfagênio nos músculos ativos serão esgotadas
provavelmente após apenas 10 segundos de exercício extenuante, como ao dar um
pique de 80 metros.
O sistema do fosfagênio representa a fonte de energia disponível mais rápida do
ATP para ser usado pelo músculo:
1) não depende de uma longa série de reações químicas;
2) não depende do transporte do oxigênio que respiramos para os músculos que
estão realizando trabalho;
3) tanto o ATP quanto CP estão armazenados diretamente dentro dos mecanismos
contráteis dos músculos.
- Glicólise anaeróbia ou Sistema Anaeróbio lático.
A glicólise anaeróbia envolve a desintegração incompleta de uma das substâncias
alimentares, o carboidrato, em ácido lático.
Pode ser utilizado dessa forma ou armazenado no fígado e nos músculos, como
glicogênio.
A glicólise anaeróbia é mais complexa do que o sistema do fosfagênio (12
reações).
A partir de 1mol, ou 180g de glicogênio, apenas 3 moles de ATP podem ser
ressintetizados.
O acúmulo mais rápido e os níveis mais altos de ácido lático são alcançados
durante um exercício que pode ser sustentado por 60 a 180 segundos.
- Sistema Aeróbio ou Oxidativo
consiste no término da oxidação dos carboidratos
envolve a oxidação dos ácidos graxos.
Ambas as partes do sistema do oxigênio possuem o Ciclo de Krebs como sua via
final de oxidação.
A energia liberada pela desintegração das substâncias alimentares e quando a CP
é desfeita, são utilizadas para refazer novamente a molécula de ATP.
- Fontes Aeróbias de ATP - Metabolismo Aeróbio
Na presença de oxigênio, 1 mol de glicogênio é transformado completamente em
dióxido de carbono (CO2) e água (H2O), liberando energia suficiente para a
ressíntese de 39 moles de ATP. As reações do sistema do oxigênio ocorrem dentro
da célula muscular, ficam confinadas em compartimentos subcelulares
especializados, denominados mitocôndrias. O músculo esquelético está repleto de
mitocôndrias.
As muitas reações do sistema aeróbio podem ser divididas em três séries
principais:
(1) glicólise aeróbia;
(2) Ciclo de Krebs;
(3) sistema de transporte dos elétrons.
- Sistema Aeróbio e metabolismo das gorduras
A gordura armazenada representa a mais abundante fonte corporal de energia
potencial. A produção de energia é quase ilimitada. Representa cerca de 90.000
a 110.000 kcal de energia. A reserva de energia na forma de carboidratos é
inferior a 2.000 kcal.
- Papel da proteína no metabolismo aeróbio
Papel apenas secundário durante o repouso e, na maioria das condições de
exercício, quase não desempenha qualquer papel. Na inanição, nas condições com
privação de carboidratos e nas façanhas de resistência incomum (corrida de 6
dias), o catabolismo das proteínas pode ser significativo.
- Energia aeróbia total no músculo (a partir do glicogênio)
O sistema aeróbio é particularmente adequado para a produção de ATP durante o
exercício prolongado tipo resistência (endurance).
Nesses tipos de exercícios, o principal fornecedor de ATP é o sistema aeróbio.
Os sistemas do ácido lático e do ATP-CP também contribuem, porém apenas no
início do exercício, antes de o consumo de O2 alcançar um novo nível de estado
estável (steady-state); durante esse
período contrai-se um déficit de O2 . Depois que o consumo de O2 alcança um
novo nível de estado estável (em cerca de 2 ou 3 minutos), torna-se suficiente
para fornecer toda a energia ATP exigida pelo exercício. Por essa razão, o
ácido lático sangüíneo não alcança níveis muito altos durante o exercício que
duram por mais de uma hora. A glicólise anaeróbia cessa uma vez alcançando o
consumo de O2 de estado estável e a pequena quantidade de ácido lático
acumulada previamente se mantém previamente constante até o término do
exercício.
Ex.: Maratona - Fadiga
1. Os baixos níveis sangüíneos de glicose devidos à depleção das reservas
hepáticas de glicogênio;
2. A fadiga muscular localizada devida à depleção das reservas musculares de
glicogênio;
3. A perda de água (desidratação) e eletrólitos, que resulta em alta
temperatura corporal;
- Recuperação após o exercício
- Componentes do consumo do oxigênio
Imediatamente após um exercício exaustivo, o consumo de oxigênio diminui
rapidamente. Este momento é denominado de Fase de recuperação rápida do
oxigênio. Após essa momento, ocorre a fase de recuperação lenta do oxigênio.
- Restauração das reservas de O2
O oxigênio é armazenado na mioglobina e esta facilita a “difusão do oxigênio no
sangue para as mitocôndrias”. (Fox, 1993)
Durante a fase de recuperação rápida, as reservas de oxigênio-mioglobina são
refeitas através do oxigênio consumido imediatamente após o exercício.
- Restabelecimento das reservas energéticas durante a recuperação
As gorduras são reconstituídas apenas indiretamente pelo reabastecimento de CH
(glicose e glicogênio).
- Restauração do ATP + CP a fase de recuperação rápida
Grande parte da reserva de ATP depletada no músculo durante o exercício é
restabelecida em poucos minutos após o exercício. Para que isso ocorra, é
necessário que nesse processo haja oxigênio disponível na circulação sangüínea.
Tempo de Recuperação do Sistema ATP-PC
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30 seg.
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70%
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1 min.
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80%
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2 a 3 min.
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90%
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5
a 10 min.
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100%
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- Energética da restauração dos fosfagênios
Os fosfagênios são restaurados a partir do ATP que foi ressintetizado. O ATP,
por sua vez, é ressintetizado diretamente a partir da energia liberada pela
desintegração dos alimentos.
O glicogênio representa o único combustível metabólico para a glicólise
anaeróbia e constitui um dos principais combustíveis para o sistema aeróbio
durante vários estágios da resistência.
- Ressintese do glicogênio muscular (segundo Fox, 1993)
A plena restauração das reservas de glicogênio após um exercício leva vários
dias e depende de dois fatores principais:
1) o tipo de exercício realizado;
2) a quantidade de CH dietéticos consumida durante a recuperação.
Quadro: O tempo necessário para a conclusão de alguns processos bioquímicos no
período de descanso (Volkov, 1986).
PROCESSOS
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RECUPERAÇÃO
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![]() |
10
a 15 seg.
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02
a 05 min.
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![]() |
30
a 90 min.
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![]() |
12
a 48 horas
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12
a 48 horas
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- Correlação entre os Sistemas
Em repouso, o organismo só necessita produzir energia para atender às exigências do metabolismo basal.
Ao se iniciar uma atividade física, aumenta-se o consumo energético e podem
ocorrer 3 situações:
A quantidade de energia necessária à consecução do exercício pode ser fornecida pelo sistema anaeróbio lático;
este ressintetiza a ATP indispensável ao esforço;
- O esforço é extenuante (> 100% VO2 máx):
- A demanda energética só poderá ser atendida pelo sistema anaeróbio alático;
- quando as reservas de CP se depletarem, a atividade não poderá mais ser realizada.
- O esforço é intenso (entre 85 a 100% VO2 máx):
A quantidade de energia necessária à consecução do exercício pode ser fornecida pelo sistema anaeróbio lático;
este ressintetiza a ATP indispensável ao esforço;
A intoxicação do meio pelo ácido lático
impedirá a continuação da atividade além de aproximadamente 1h ½ .
- O esforço é moderado (< 85% VO2 máx)
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